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Estão Inscritos 53 Poemas nesta página
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Certo dia O viver é uma luta Fadário de um Guarda Vi passar à minha porta Vida desgraçada Pobre rapaz Trocadilho Já vi numa escola A.C.S.N.M . Perde a vida no serviço Quem é quem Um dia houve alguém Acaba dependurado Mas porquê De que serve Nada de confusões Emigrante clandestino Que linda a pastora Estava a meditar O filho de um emigrante Já não sei Saudades O casamento Um menino enjeitado Instinto poético Atracção fatal Não vale chorar A solidão Que passado tão tristonho Retrato da vida Se um dia ficares preza! A vida é mesmo assim Reencontro É preciso ser desgraçado Para ir para o jornal Foi a 25 de Abril São apenas sátiras minhas Encontrei-te sem pensar Lápis de carvão ou pena de pavão Esta vida são três dias Uma tarde á beira-rio Um dia ventoso Homem de má sorte No meio da calmaria Numa noite escura Perdoa-me Marili Com três palavras na mão O menino de rua Uma guitarra chorava A ti querida Mãe Meu Pai que Deus me deu Fui apenas teu amante É o meu melhor amigo Nas margens do Mar salgado
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Certo dia
Certo dia num café entrei Roto esfarrapado como ninguém Foi então que alguém entrou e me disse
Hoje estás com um estilo!...
É estilo de viver Que viver é aprender Por hoje não ser ninguém Amanhã ninguém serei E depois talvez, não sei...
Zéninguém
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O viver é uma luta
O viver é uma luta Muito dura de roer, Desde o berço à sepultura Temos muito a sofrer. Se viver é uma luta Que é dura de vencer, Desde o berço à sepultura Sempre estamos a aprender.
Zéninguém
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Fadário de um Guarda
Engenheiro ou Doutor Carpinteiro ou Pastor Todos concorrem com amor. Amor, não à profissão, Mas talvez ao dinheirito Que dá para comprar o pão Ao seu pobre filhito. São noites e noites a fio, Sem poder fechar pestana E quando chega a casa, A mulher com outro está na cama. De pasta na mão e charuto ao lado; Lá vem o director Que diz estar do seu lado Mas se mete o pé na argola Desgraçado, está tramado. Triste sorte de um guarda Passa a vida na escola Mesmo sem dormir nada Não se esquece da sacola. Lá chegou um dia Alguém saltou o portão, Afinal mas quem diria Que aquilo era um ladrão Na escola ele entrou E uma arma lhe apontou Sorte dele coitado Pois a bala chapeou. Adquiriu uma arma Porque desta se safou Coitado do pobre guarda Pois noutra se enfiou. Continua pobre guarda Ainda com mais atenção Talvez o próximo fadário Seja! “O ZÉ – NINGUÉM NA PRISÃO “ Ou será!... que já está no caixão?
Zéninguém
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Vi passar à minha porta
Vi passar à minha porta Certo velho que dizia, Poemas de encantar Com uma certa cortesia. Um dia lhe perguntei Quantos anos ele fazia Já não faço anos Como dantes fazia, São os anos que me fazem E me tiram a alegria.
Zéninguém
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Vida desgraçada
Casamento à porta O divorcio já marcado, Tudo é possível Na vida de um desgraçado. A barba por fazer O cabelo branqueado, Assim se pode ver Algum tempo já passado. No emprego apareceu Um contrato caducado, Lá ficou o Amadeu Outra vez desempregado.
Foi para uma empresa Com salário atrasado E lá fica com tristeza Outra vez embaraçado.
Com a vida atribulada Vai uma arte aprender, Ai que vida desgraçada Outra vez sem receber.
Homem de pouca sorte Que a vida desgraçou, Desde o berço até à morte Nunca dinheiro arranjou.
Zéninguém
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Pobre rapaz
Nasce numa linda quinta, Filho de um agricultor. Pois a ambição do pai, É do filho ser doutor.
Lá vai para escola, Para aprender a ler. Coitado do rapaz, Não nasceu para escrever.
À saída da escola, As cabras vai fartar. Com os livros na sacola, Para aprender a contar.
Calças rotas atrás, De nas pedras se sentar. Pois coitado do rapaz, Única forma de estudar.
Lá chegou o dia, Em que foi para o liceu. Pois com má companhia, Na boémia se meteu.
Coitada desta gente, Com seu filho a estudar. Trabalha amargamente, Para suas dividas pagar.
Coitado de um pai, Que quis formar um doutor. Doutor ele não sai, Mas sim um grande estupor.
Zéninguém
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Trocadilho
Sei que sei Que não sei Se sei O que sei. Porque quem sabe Que sabe Que não sabe O que sabe, Já sabia Que não sabia O que sabia.
Zéninguém
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Já vi numa escola
Já vi numa escola: Um estudante sem sacola, Um guarda sem pistola, Um Padre sem estola, Um Professor sem canudo E um Doutor sem sobretudo. Mas nunca vi por vida minha: Um galo sem galinha Nem Continuo Sem destino.
Zéninguém
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A.C.S.N.M
Com A Se começa Amar. Com C O Casamento, Em S Vem o Sofrimento, Do Nascer Até Morrer.
Zéninguém
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Perde a vida no serviço
No domingo passado Em Lisboa aconteceu, Um guarda espancado Na escola apareceu. Triste sorte de um artola Que vive na solidão, Para guardar a escola Acaba no caixão. Tudo culpa do Maior Que não presta atenção, Ao risco que ocorre Dentro desta profissão. Mas! para que vale a pena Estar a lamentar, Se, naquela escola serena Ele não volta a entrar.
Zéninguém
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Quem é quem
Sou ninguém Por não me ver, Talvez quem queira ser. Na esperança de ser alguém Passo a vida a padecer. Se um dia ouvires dizer. «Eu, não sou ninguém» Acredita podes crer Que, afinal ele bate bem, Mas há tantos por aí Que se dizem ser alguém Afinal quem são aqui Talvez sejam uns Zés-ninguém.
Zéninguém
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Um dia houve alguém
Um dia houve alguém Que pediu para lhe fazer, Um poema sem ninguém O poder reconhecer. Fiquei embaraçado Sem saber o que dizer, Abri o caderno fechado E comecei a escrever. Uma frase, outra frase Mesmo sem saber, Zé-ninguém estava quase, Quase a adormecer. Foi assim que comecei Na poesia a escrever, E hoje já não sei Passar sem escrever.
Zéninguém
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Acaba dependurado
Numa casa ao lado Estava um humilde cidadão, Embora acompanhado Vivia na solidão.
Dizia a sua signa Que havia de ser ladrão, Isso, ele não fazia Pois tinha uma bela profissão.
Com sua lida perdida Nunca nada roubou, A não ser a sua vida Porque dela se fartou.
Por alcunha tinha a Lua E de Chico o seu nome, Mas não estava no meio da rua Como alguns a morrer de fome. Do banco reformado Poesia ele fazia, Talvez amargurado Com a vida que trazia.
Como ele eu não sou Nem disso faço questão, Chico Lua acabou Enforcado e no caixão.
Zéninguém
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Mas porquê
Um dia se chateou Por Lolita lhe chamar. Logo me recomendou, Pelo seu nome a tratar. É uma moça trigueirinha Ouçam bem com atenção. Quem me dera poder um dia Conquistar seu coração.
Talvez só culpa minha Por ser envergonhado. Senão, já podia Do seu irmão ser cunhado. Pois que desajeitado, Para esta seduzir. Parece que serei obrigado A ter que desistir.
Zéninguém
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De que serve
Uma carta te escrevi Para ver a reacção. Em que vida me meti Pois fiquei na solidão.
Por seres tão engraçada Por ti me apaixonei. Fiquei com a alma magoada Por isto nunca esperei.
Ouve bem com atenção, Aquilo que vou dizer. Estou numa situação, Que não sei o que fazer. Só para não te encontrar Passo a vida a fugir. Com frequência sem contar Dou contigo a sorrir.
Para aliviar minha dor Passo o tempo a escrever. Como dizia um doutor, A vida é para sofrer.
Zéninguém
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Nada de confusões
As ninfas do Mondego Fui buscar inspiração. Este homem que eu nego Vive cego de paixão. Paixão, pela poesia Que cria confusão, Por aí a tanta gente, A quem peço compreensão. Aquilo que escrevo, Não é realidade Mas acima de tudo Corresponde á verdade.
Zéninguém
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Emigrante clandestino
Nasce marcado o destino Na palma da sua mão. Um Emigrante clandestino Parte sem direcção. Com sua família no lar, Ao romper da bela aurora Deixa a esposa a rezar E é seu filho que já chora. Era o que tinha de fazer Para a vida melhorar Pois já estava a ver O seu filho para criar. Coitado deste homem, Nunca mais seu filho viu Porque pelo caminho Sua vida lhe fugiu. Foi talvez o passador Que uma bala lhe enfiou, Por estar de mau humor Nem a vida lhe poupou. Mas quantos assim ficaram Por esses campos fora, Tanta gente que mataram E não foram para a gaiola.
Zéninguém
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Que linda a pastora
Que linda a pastora Com seu manto de cetim. E o rapaz que a namora No dia de São Valentim. Passa dias a fio Sempre a guardar o gado Mas quando chega a noite Ele está a seu lado. Dois dedos de conversa Ultrapassa a solidão, Mas quando a manhã regressa É de partir o coração. Porque haverá de ser assim Andar sempre a sofrer, Que não me pergunte a mim O que terá de fazer.
Zéninguém
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Estava a meditar
Estava talvez a meditar No meio de um arvoredo. Os passarinhos a cantar Em cima daquele rochedo. Foi então que surgiu Naquele dia, a minha amada Aquela que partiu, Partiu sem dizer nada. Deixou-me uma mágoa No peito, dentro do coração A ultima vez que a vi Foi estendida no caixão. Que me deixou na solidão, Muito me preza esta dor Mas disse o doutor Que não tinha solução. Por isso esta tristeza, Foi signa que Deus me deu, Mas tenho a certeza Que a encontro lá no céu.
Zéninguém
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O filho de um emigrante
Nasce numa terra distante Filho de um emigrante, Um menino malfadado Que por uns é desprezado E por outros tanto adorado. Na esperança de ser alguém, Passou a vida a estudar. Afinal não é ninguém Hoje resta-lhe trabalhar. Para a tristeza esquecer Passa o tempo a escrever E assina o Zéninguém Para quem o quiser ler.
Zéninguém
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Já não sei
Não sei se gosto ou não gosto De quem ainda gosto, Ou se um dia não gostei De quem eu já gostei. Mas a vida sempre tramou Aquela que lhe gostou E sempre lhe deparou Com aquela que não gostou.
Zéninguém
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Saudades
Oh! Ninfas do Noemi Leito do rio côa Dá-me inspiração para escrever, O que a vida te não perdoa Pois foi nas tuas margens Que passei a minha infância Descobri, tuas paisagens Com tanta importância, Foi aí que eu cresci Até ao dia em que parti. Pois, hoje sinto saudades E até choro por ti.
Zéninguém
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O casamento
Há quem case por amor, Outros casam por casar, Por tantos assim fazerem Já se estão a separar. Pois, há por aí tanta gente Que não sabe o que está fazer, Como é mais evidente Lá começa a sofrer.
Oh, jovens que casais Pensai bem como fazeis, Pelas mãos dos tribunais Eu não quero que passeis.
Zéninguém
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Um menino enjeitado
Certo dia encontrei Um menino enjeitado, Não tinha pai nem mãe, Pois na roda fora colocado. Qual o espanto da rodeira Ao ler aquele anuncio. Se estiverdes á lareira Lede, que eu já pronuncio. Assim dizia a simples quadra Numa tabuleta colada, E ele sem saber de nada Na Santa Casa deu entrada. “Aqui fica este rapaz Que se chama Girivaz É dos lados de Trancoso Tratai-o bem que seu pai é vaidoso.”
Zéninguém
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Instinto poético
Tinha uma veia poética Que eu mandei arrancar Mas não perdi a estética, A estética de trovar. Oh, meu Deus!.. porque o faria Se agora nada sai, A não ser a poesia Da qual, vós não gostais.
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Atracção fatal
Poderá ser grande A diferença de idade, Mas maior é a distancia Que nos está a separar.
Nos teus olhos vi paixão, No teu rosto sedução. Só me resta saber O que te vai no coração.
Bem quereria eu um dia Fazer-te uma confissão, E talvez por ciganaria Ficar louco de paixão.
Oh!.. Meu deus porque não posso Entrar dentro do teu peito. Saber o que te vai na alma E, até dormir no teu leito.
Zéninguém
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Não vale chorar
Encontrei um certo dia Uma triste abelhinha, Chorava com angústia A vida que ela tinha. Porque choras minha abelha Porque andas a chorar, Por perderes uma festinha Não podes desanimar.
Não me preza essa dor Nem isso me faz chorar, Já me disse o meu amor Que me ia abandonar.
Não chores minha tola Não te andes a cansar, Porque um melhor que esse Ainda vais tu arranjar.
Zéninguém
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A solidão
Como é tão bom ouvir, Os riachos a correr, Ver os rios a subir. E eu! Eu sem nada dizer. Mas porquê? Não sei, Ou será que sei? Talvez só porque sinto Uma enorme solidão. É aquilo que em vós não pressinto E vos digo sem prescrição, Mas se um dia vos sentirdes Tristes, sós ou amargurados Desabafai. Se o fizerdes Escrevendo, estarei do vosso lado.
Zéninguém
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Que passado tão tristonho
Com olhos de chumbo e cabisbaixo, Sorriso nos lábios só para disfarçar. Nas ruas, a dedo é apontado Como sendo; neto de uma extraviada, Filho de um pai alcoólico, Ou porque não de uma mãe histérica. Como é duro viver assim, sofrendo Os defeitos dos antepassados. Mas!.. sem nada poder fazer, Engolindo sem desabafar, Vai vivendo ao vosso lado, Amaldiçoando a porcaria De vida que tem passado.
Zéninguém
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Retrato da vida
Maldita hora em que nasci Numa terra tão distante, Mas culpa eu não senti De ser filho de um emigrante.
Aquela língua odiei Apesar de a conhecer, Mas o que por lá passei O melhor é esquecer.
Por ser filho de Português Na escola passei mal, Mas! esqueceram-se outra vez Que nasci, na sua terra natal.
A Portugal, eu cheguei Bendita hora e momento, Talvez tarde demais Para esquecer o sofrimento.
Zéninguém
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Se um dia ficares preza!
Porque um dia tu seguiste, A vida que escolheste. Pois dessa tu saíste, Mas noutra te meteste.
Se um dia ficares preza Pelas garras de um poeta, Não fiques embaraçada.
Abre o teu coração E dá asas á tua vida.
Zéninguém
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A vida é mesmo assim
Certo dia para ti olhei, Senti um arrepio E por ti me apaixonei. Mas!.. A vida é mesmo assim, Sempre por ti esperarei, Mesmo sabendo Que não gostas de mim.
Zéninguém
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Reencontro
Olhei-te no rosto, Fiquei preso a ti. Por culpa desse gosto, Pois um ano repeti.
Que vida arrependida De me ter apaixonado, Por aquela que em seguida Partiu para outro lado.
Desde aquele dia Quinze anos se passaram. Mas até que um dia, Ambas vidas se cruzaram.
Foi tão bela essa imagem Que nem sei vos descrever, Mais parecia uma miragem Que eu descera para ver.
Zéninguém
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É preciso ser desgraçado Para ir para o jornal
Talvez por não ser doutor, Nem tão pouco licenciado. Na capa de um jornal, Apareceu escarrapachado. A poesia comoveu, Essas mentes de alguém. Porque ele escreveu, E assinou o Zéninguém.
Sete voltas já se deu, A todo o doutorado. Afinal quem escreveu, Foi um pobre desgraçado.
Zéninguém
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Foi a 25 de Abril
Foi a 25 de Abril, Que um abraço te enviei. Por ser teu aniversário, Meu amor te dediquei.
25 Anos já passaram, Desde o dia em que nasceste. Já os CRAVOS murcharam, E tu rejuvenesceste.
Oh! Sol que não raiaste, Naquela manha de Inverno. Oh! Dia que transformaste, Certas vidas num inferno.
Zéninguém
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São apenas sátiras minhas
É com lágrimas minhas Que escrevo estas palavras, São somente palavras De dor, amor ou pena. São... Apenas sátiras minhas, Que com ternura te dediquei Durante parte da minha vida. Oh! Musa encantadora Mulher de tanto encanto. Aquela que mais cantei E me deixou neste pranto. Pranto que por agora Apenas a mim enganou, E choro com saudades Do amor que acabou.
Zéninguém
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Encontrei-te sem pensar
Passava tantas horas Mesmo a teu lado, Numa carteira de escola Esquecendo o dia passado.
Sempre alegre e sedutora, Com seu ar de madrugadora, Resistindo a tentação, Enfrentava qualquer malandrão. Encontrei-te sem pensar Numa rua da cidade, Mais linda que sempre Mais sedutora que nunca.
Apenas! Mais um encanto Na vida que por enquanto, Não passa do entretanto Do passado que eu canto.
Zéninguém
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Lápis de carvão ou Pena de pavão
Com Lápis de carvão, Pena de pavão Ou tinta permanente Escreve tanta gente.
Uns, apenas por prazer, Tantos para comer E outros para esquecer: O tempo que já passaram
As saudades que voltaram Das fábulas que lhe contaram Dos dias que não chegaram.
Zéninguém
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Esta vida são três dias
A dois passos da morte E a três da sepultura, Com esperança e sorte De uma vida que pouco dura. Com os pés na sepultura Mesmo dentro do caixão, Não se esquece esta luta Que é feita de ambição.
Três palmos de terra Apenas lhe restavam, Para a vida eterna Que médicos lhe destinavam. Esta vida são três dias Um já está passado, Mas como por magia Ele agora esta curado.
Deu dois coices na morte E um no cangalheiro, Assim parte para o norte Á procura de dinheiro.
Zéninguém
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Uma tarde á beira-rio
Numa tarde á beira-rio... Nada havia para dizer. Para dizer te amo, era aquilo Que estavas farta de saber.
Olhos postos no terreno Que desaparecia no horizonte. Como era calmo e sereno, Estar por trás daquele monte.
A noite caía, O céu estrelava. Ao tempo que já não via, A mulher que eu amava.
Que saudades sentia, Da menina encantadora. Que é aquela que um dia, Mais tarde farei senhora.
Zéninguém
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Um dia ventoso
Num dia ventoso O sol nascia. Por um vale rochoso A água corria.
Lápis na mão, Caderno ao lado. Apenas uma ambição De um dia atarefado.
O rouxinol cantava Nas noites de ternura. O Rio chorava Nos dias de amargura.
Que saudades sentia Das manhas de verão. Daquelas, que não tinha Qualquer desilusão.
Zéninguém
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Homem de má sorte
Ligeiramente curvado Como quem fazia a vénia, Era mais um desgraçado Que chegava da boémia.
Um lar o esperava Talvez carinhosamente, A sua presença tornava A família insolente.
É um homem de má sorte, Que sua vida estragou. Só as portas da morte, A bebida ele deixou.
Zéninguém
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No meio da calmaria
No meio da calmaria Ouvia-se um rumor, Era talvez ao longe A flauta do pastor.
As estrelas cintilavam, Talvez por afeição. Já os grilos cantavam Com muita satisfação.
Estava ali sozinho, Mesmo sem dizer nada. Só mais um bocadinho Já o rouxinol cantava.
Ouviu-se um clamor, Minha mãe me procurava. Eu estava ali com dor A pensar na minha amada.
Talvez ela não merecesse Uma tal preocupação, Ai! Se um dia eu pudesse Conquistar-lhe o coração.
Zéninguém
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Numa noite escura
Apenas se via sorrir No meio da escuridão, Todos deveriam admitir Que era pura paixão.
Numa noite escura Seus olhos brilhavam, Como labaredas de uma lareira Em que as brasas cintilavam.
Oh! Vida perdida, Sonhos traídos, Noites sofridas De anos vencidos.
Dai força para viver A um pobre amargurado, Em que seu sonho era ter, Essa mulher a seu lado.
Zéninguém
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Perdoa-me Marili
De cara morena, Boca pequena, Segura de si, Perdoa-me Marili.
No oceano te deixei E por outra te troquei, Sendo mal sucedido Torno culpas ao destino.
Perdoa-me: por chegar onde não devia, Por ter dito o que não sentia, Por te ter deixado sem alegria
Zéninguém
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Com três palavras na mão
Com três palavras na mão Se define a poesia, Amor e compaixão Ou um pouco de ousadia.
Amor que não se sente Compaixão que não se vê, Ousadia que não tente O amor que se não dê. Se um dia um poeta Te ensinar a escrever, Ficas como um atleta Sem pernas para correr.
Poesia não se ensina Lá dizia o Camões, São apenas umas rimas, De conversas com botões.
Zéninguém
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O menino de rua
De olhar tristonho E ar desconfiado. É apenas um menino Que vive desprezado. Eram rotos seus sapatos, Todo ele esfarrapado Tinha ar de quem vivia Bastante mal tratado. Da rua seu lar fazia. No degrau de uma escada Apenas este dormia. De restos se alimentava Porque aos outros sobejava. O natal se aproximava, O frio apertava, Um anjo lhe apareceu E o menino foi para o céu.
Zéninguém
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Uma guitarra chorava
Enquanto a guitarra chorava As mágoas da sua vida, Uma fadista cantava O seu fado de menina.
Oh! Fado que és tão triste É tão triste, teu alento. Estranho como existes No meio do sofrimento.
Diz-me como apareceste De uma forma tão bizarra. Só tu estremeceste As cordas de uma guitarra.
Se tu deixas a tristeza Fado que és tão belo. Acabasse a beleza De um cantar tão singelo.
Fado que és tradição De Portugal pequenino, Guarda-o com afeição Desde o berço de menino.
Zéninguém
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A ti querida Mãe
Foste tu que me criaste Apenas com carinho, Tu me ensinaste A traçar o meu caminho.
Apenas tu me acariciaste Nas birras de criança E tanto me ensinaste A ter uma esperança.
Contigo aprendi Aquilo que hoje sei. Por isso devo a ti A ti querida Mãe.
Com umas quadras apenas Te dedico a poesia, São as frases mais pequenas Que eu te disse algum dia.
Zéninguém
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Meu Pai que Deus me deu
A ti pedi um dia Uma boneca pequenina, Boneca que podia Fazer-se em menina.
A ti pedi um dia Uma boneca de porcelana, Boneca que podia Dormir na minha cama. Meu Pai que deus me deu
A boneca não chegou, São José me apareceu E nosso lar abençoou.
Zéninguém
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Fui apenas teu amante
Atrás da mulher amada Que era linda e engraçada. Perdi meu tempo pelos montes, Bebendo água naquelas fontes. Tinhas o marido escondido Enquanto me seduzias. Se eu não era o teu Cupido, Porque me iludias???
Dizias tu casar, só lá para diante! Como podia acontecer, Se era apenas teu amante.
Zéninguém
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É o meu melhor amigo
Perguntaram-me uma vez Se era eu que escrevia, Respondi que não!.. talvez; Não sabia o que dizia.
Sei quem é esse Homem Que tanto vos fascina, Quanto mais com ele aprendo Mais ainda ele me ensina. É o melhor amigo que eu tivera Algum dia, se ele sofre sofro eu, Estamos sempre em harmonia.
Zéninguém
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Nas margens do Mar salgado
Nas margens do Mar salgado Te deixei a vaguear, Apenas me sinto magoado Por um dia te abandonar.
Na proa de um navio Te entrego as saudades. É assim que as envio Com muita humildade.
Não quero que perdoes, O que não tem perdão, Só abandonada sem explicação.
Zéninguém
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